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sábado, 11 de setembro de 2010

O Verdadeiro Começo

Tudo realmente começou em 19 de janeiro de 1992. Em Nova Iguaçu, no ainda distrito de Belford Roxo, às 10h da manhã, nasce Juliano Henrique Souza Fernandes. Filho de Enilce Maria de Souza e Jorge da Silva Fernandes. Branco, 2.5kg, 48cm, olhos castanhos escuros e cabelo loiro. Até aí, tudo normal.

Mas logo nos primeiros dias, o Dr. Cleuber (obstetra responsável pelo parto) informa à Enilce que seu filho sofre de um problema no coração chamado sopro. E, infelizmente, não era um sopro inocente. Era um sopro anormal, que indica alguma má formação no sistema cardiovascular do paciente. Isso tornou a vida de Enilce um pouco complicada, afinal, era apenas ela, o bebê, o filho mais velho e o Pai da criança.

Sim, eu sou esse garoto. O Juliano da história sou eu. Eu tive uma infância bem complicada. Antes de completar dois anos de idade, meu pai sumiu. Não sei o que aconteceu direito. Minha mãe conta que ele chegava em casa bêbado e só criava despesas, e por isso ela o pediu pra que desse um tempo. A covardia o tomou de tal forma que, ao invés de largar a bebida, largou a família. Meus pais nunca foram casados, logo não precisavam viver sob o mesmo teto. Mas e a consciência de ajudar a criar o filho? Deve ter ido embora junto com os salários gastos pelo meu pai em bebida.

Apesar disso, tive uma família que nunca me deixou faltar carinho. Além da minha mãe, e do meu irmão, tenho duas madrinhas fantásticas, Tia Márcia e Dindinha (Tatiani). Sem contar que a família delas acabou virando minha família também. De três pessoas, já eram mais de vinte.

Mas a falta do pai foi suprida mesmo pela presença de dois homens. O primeiro, meu primo, Guilherme Vinícius. Um cara que não escreve nada além do próprio nome. Porém, tem um caráter impecável e um coração gigante. Trabalhador desde moleque, trocou os estudos pela alimentação própria e da família. Diversas tentativas de se manter. vendeu café com leite no trem das 6h, foi dono de barraca de doces, trabalhou como auxiliar de serviços gerais, enfim, nunca ficou parado. Saindo de um emprego e chegando em outro logo depois, sua vida sempre foi muito sofrida e seus pertences conquistados com muito suor. Exemplo de esforço e de caráter.

O segundo personagem é meu irmão, Rafael Henrique. Onze anos mais velho que eu, vivemos pouco tempo juntos, pois com 16 anos, por causa de um desentendimento com a minha mãe, ele saiu de casa e começou a se virar mundo afora. Antes disso, eu estudava de tarde e ele de manhã. Nosso pouco contato era à noite. Isso até ele começar a trabalhar, que foi por volta de seus 14 anos. Trabalhava com teatro, dança e apresentações artísticas. Por causa de sua beleza (digna de um deus grego, diga-se de passagem) e de seu dom notável para encenar, recebia constantemente papéis importantes e, com isso, prestígio e experiência. Terminou o ensino médio e foi morar próximo ao trabalho. A partir deste ponto, não sei muita coisa, mas sei que hoje, mora fora do país, com um emprego estável e ajuda quem um dia disse que ele não conseguiria chegar longe. Exemplo de determinação. De não ligar pro pensamento alheio e correr atrás dos próprios sonhos.

Como disse, tive uma infância muito complicada. Por causa do sopro no coração, minha mãe deu entrada na aposentadoria. E até hoje me diz que fez isso pra cuidar de mim. As vezes penso que é um "jogar na cara", mas refletindo, consigo ver que é só uma vontade de ser reconhecida pelo esforço. O que não é tão diferente. Um problema na válvula átrio-ventricular direta impedia que meu coração batesse com uniformidade. O que me gerava vários problemas musculares e respiratórios. Em época de crise eu tomava injeções de Bezentacil a cada duas semanas. Dor insuportável, choro ensurdecedor.

A junção desses fatos com uma mãe com coração de manteiga, deu numa criança chata, mimada que não sabia ouvir não.

Bom, gente. Hoje eu vou parar por aqui. Até porque ficou enorme e duvido que muita gente chegue nesta frase. No próximo post eu falo sobre escolas na infância e o início da adolescência

Beijo pra elas, abraço pra eles.
Até o próximo post. ;)

3 comentários:

  1. Eu jurava que vc ia dizer que o segundo homem era Jesus!
    Legal o recomeço do seu blog, tô aqui acompanhando.

    E vc é um jovem meio mimado mesmo. Brincadeira :p

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  2. Linda a história, Juliano. Olhando pra você não dá pra saber que tenha um passado tão bonito. Se um dia vc quiser se inscrever pra esses quadros de Reforme sua Casa/Carro, acho que ganha, rs.

    Bjs!

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